Até o fechamento desta edição, a produção nacional dos novos Audi A3 e VW Golf não havia sido reconhecida oficialmente por nenhuma das fábricas. No entanto, nos bastidores de ambas, a retomada de São José dos Pinhais (PR) como berço produtor dos dois modelos é tida como certa. A planta paranaense produziu A3 e Golf entre 1999 e 2006, ano em que o Audi deixou de ser nacional. Hoje sai de lá, além do Golf IV, a família Fox. No início de agosto, foi oficializada a concessão de licença ambiental de instalação do plano de ampliação da unidade de Pinhais. "A fabricação de Golf e A3 no Paraná já está acertada. No segundo semestre de 2015 sairão os primeiros carros pré-série", diz uma fonte ligada à Volks. DE SUA OPINIÃO AO FINAL DA MATERIA
Enquanto a geração mais atual dos hatches alemães não conquista sua cidadania brasileira, antecipamos o embate de 2016. Lado a lado, Golf e A3, que usam a mesma plataforma, ganham nossa pista de teste e exibem muitas das armas que serão mantidas na versão nacional de cada um deles.Vire a página e visite o futuro com a gente.O A3 tem uma família grande no Brasil. São duas carrocerias (duas e quatro portas) e dois motores, ambos turbinados (1.4 de 122 cv e 1.8 de 180 cv). Aqui, alinhamos a versão com perfil mais equivalente à do Golf: Sportback 1.4 com câmbio de dupla embreagem S tronic.
O powertrain do A3 é basicamente o mesmo do do Golf. O motor é um quatro cilindros turbocomprimido de 122 cv no Audi e 140 cv no VW - a diferença se deve ao acerto eletrônico de cada um. O câmbio - S tronic no A3 e DSG - também só se difere por causa do acerto: ambos são automatizados de dupla embreagem com sete marchas. O câmbio manual (de seis marchas) é exclusivo do Golf, mas as vendas devem se concentrar mesmo no automatizado.
Antes da comparação dos resultados obtidos na pista, é preciso destacar que o Golf cedido para teste contava com rodas aro 17 calçadas com pneus 225/45 (ambos opcionais), enquanto o A3 roda apoiado em rodas aro 16 com pneus 205/55 - o mesmo conjunto oferecido no Golf como item de série. A desvantagem de potência do A3 antecipava números mais modestos nas provas dinâmicas e melhores nas de consumo. Ainda que parcialmente, foi o que verificamos. Atrás do Golf nas provas de aceleração e retomadas, só conseguiu ser mais econômico que seu primo em consumo rodoviário (16,8 ante 14,1 km/l). Em perímetro urbano, houve um empate técnico: 11,4 ante 11,5 km/l do Golf.
Sem opcionais, o A3 tem itens de série que o Golf só oferece opcionalmente, com destaque para os faróis de xenônio e o seletor do modo de condução, além do câmbio DSG, claro. Ou seja, o conteúdo do A3 não justifica a distância de preço em relação ao Golf (94 700 reais, ante os 71 000 estimados para o VW com DSG). Com a mesma (boa) dirigibilidade do Golf, o A3 precisará de uma boa estratégia da Audi para se manter vivo até a nacionalização.
Ainda é cedo para dar ao Golf o título de lançamento do ano, mas, caso os preços estimados se confirmem, dificilmente o hatch perderá essa condição. Suas linhas dinâmicas tendem a agradar a um público mais jovem mas, ainda assim, o Golf não comete exageros de estilo.
Por dentro, a tela motorizada no centro do painel do Audi confere um ar de requinte e sofisticação. Repare ainda como o desenho do console central do Golf é voltado para o motorista. É uma diferença sutil, mas que surte o desejado efeito de esportividade na relação do carro com o piloto. A favor do A3 há o sistema multimídia com comando remoto junto à alavanca de câmbio: teclas bidirecionais e um botão giratório facilitam o "passeio" pelas funções. No Golf, as funções são selecionadas por meio de toques na tela.
Por compartilharem a mesma plataforma (MQB), Golf e A3 têm também a mesma arquitetura elétrica. Ou seja, os painéis de ambos, por exemplo, têm "cascas" diferentes, mas trazem em seu interior a mesma distribuição das tubulações de aeração e chicotes elétricos. Não por acaso, os painéis têm layouts distintos, porém com a mesma disposição básica de saídas de ventilação, instrumentos e comandos.
Felizmente, os designers das duas casas do Grupo Volkswagen souberam driblar as limitações impostas pelo uso comum da MQB e respeitaram as heranças genéticas de Golf e A3. Ambos oferecem o mesmo nível de espaço na cabine. No porta- -malas, porém, o A3 leva vantagem, com 380 litros, ante 313 do Golf Highline. O do GTI - que acomoda uma roda de emergência no lugar do estepe com as mesmas medidas das originais - é maior, de acordo com a VW: 338 litros.
Dada a diferença de preço, dá para concluir: um Golf no preço de um A3 básico carrega um pacote de equipamentos muito mais completo. Sendo assim, vitória fácil do Volkswagen.
AUDI A3
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Os três sistemas são equilibrados. Precisos e silenciosos, combinam com o segmento premium.
MOTOR E CÂMBiO
Devido ao acerto mais manso do motor, o A3 teve desempenho pior. O troco só veio no consumo rodoviário, pois o urbano ficou empatado com o Golf.
CARROCERIA
Cintura alta e coluna traseira envidraçada diferenciam o A3 do Golf.
VIDA A BORDO
Num Audi tão mais caro que seu primo, a ausência de retrovisor interno eletrocrômico e couro, ao menos como opcionais, são faltas graves.
SEGURANÇA
Bom resultado nos testes de impacto e pacote completo de itens de segurança, assim como o Golf.
SEU BOLSO
Rede pequena, preço maior, manutenção mais cara e poucos itens de série para esse valor de tabela.
VW GOLF
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Avaliado com rodas aro 17 e pneus de perfil baixo, o Golf sofre mais na cidade do que o A3, que tem apenas aro 16.
MOTOR E CÂMBIO
Os 18 cv a mais dão uma dinâmica mais esportiva ao Golf. Tem aceleração e retomadas vigorosas e baixo consumo.
CARROCERIA
O desenho da porta traseira e a coluna C larga formam uma seta que confere um ar dinâmico ao Golf.
VIDA A BORDO
Não se iluda com o modelo fotografado: no pacote de entrada, o Golf vem sem couro, xenônio, seletor de modo de condução, chave presencial.
SEGURANÇA
Até o fim do ano, o Golf ganhará (como opcionais) sistemas autônomos de segurança, como piloto automático e faróis autoadaptativos.
SEU BOLSO
Se os preços se confirmarem, a concorrência vai ter de contra-atacar.
FONTE: QUATRO RODAS
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