LUGAR AO SOL
Hatches compactos têm excessiva representação no mercado
brasileiro de automóveis e comerciais leves, nada menos que 45%. Por isso, a
Nissan elegeu esse segmento para acelerar seu plano de crescer e se tornar a
número um entre as marcas japonesas no Brasil. Não se trata de missão fácil,
mas o erro inicial de depender de importações da fábrica mexicana foi superado
com a fábrica de Resende (RJ) toda nova (inclusive de motores, como essa coluna
antecipou).
A fábrica tomou cuidado de posicionar muito bem o preço do
New March: de R$ 32.990 (motor 1-L) a R$ 42.990 (motor 1,6-L). A antiga versão
continuará vindo do México e com preço menor, mas não responderá por mais de
25% das vendas do modelo (Mille e Rocam, por exemplo, chegaram a responder por 50%
de Uno e Fiesta).
Esteticamente ficou melhor, em especial a nova frente e o console
central. As pequenas mudanças dimensionais (mais 5 cm no comprimento e 1 cm na
largura) não alteraram o espaço para passageiros, que já era bom, nem o modesto
tanque de combustível de apenas 41 litros. Manteve características únicas no
segmento como diâmetro mínimo de giro excelente (9 m) e janelas traseiras
totalmente baixáveis.
A robusta lista de equipamentos de série, desde o básico,
demonstra a estratégia ousada: ar-condicionado, direção com assistência
elétrica, computador de bordo, conta-giros, espelhos de cortesias nos dois
para-sóis, iluminação no porta-malas, tomada de 12 V no console (mal localizada,
por sinal), banco e volante com regulagem de altura, cintos de segurança com
pré-tensionadores e auxílio extra à frenagem (importante complemento aos freios
antibloqueio ABS). É o único compacto a dispor de câmera de ré, na versão de
topo. Pneus chineses foram trocados por marcas conhecidas aqui.
Motor de 1 litro é o mesmo da Renault, mas de geração antiga,
embora a Nissan o destaque como o mais econômico do mercado com ar-condicionado
ligado. No entanto, sua potência (74 cv) é notavelmente inferior (10%) ao do VW
up! (82 cv) e também em relação aos 80 cv do novo Renault. Já o motor de 1,6 L
(111 cv) também não é lá muito brilhante, principalmente abaixo de 3.000 rpm,
mas o peso contido do carro (de 956 a 982 kg) ajuda bastante. Segundo a
fábrica, aceleram de 0 a 100 km/h em 13,8 s e 9,5 s (ambos etanol),
respectivamente. Curioso o fato de a Nissan indicar maior desempenho com etanol,
quando potência e torque são exatamente iguais com os dois combustíveis.
Foi melhorado o isolamento acústico, mas o ganho de 1,3
decibel é pequeno, não prontamente percebido. Além disso, a primeira marcha
continua tão ruidosa como antes e permanece a queda brusca do volante ao se
acionar a regulagem de altura. Suspensão ganhou um centímetro de curso para
absorver irregularidades do piso, já que agora oferece a opção de rodas com 16
pol. de diâmetro. Dirigibilidade se manteve no bom nível anterior.
Outra boa providência foi tornar mais acessíveis as revisões,
com trocas de óleo do motor anuais (antes semestrais). Velas de ignição duram
100.000 km, mais que o dobro das comuns.
Pelo que oferece em relação ao preço, o novo March almeja,
com razão, mais do que seu simples lugar ao sol.
RODA VIVA
SEGUNDO o anuário
do Sindipeças, Brasil se aproximou da Índia, mas se manteve na sétima posição
entre os maiores fabricantes mundiais em 2013. Resultou de nosso crescimento de
9%, para 3,73 milhões de unidades (inclusive veículos pesados) e uma queda dos
indianos de 7%, para 3,88 milhões. Este ano a produção cairá, tanto lá como
aqui. Índia deve continuar à frente.
BOSCH, maior
fabricante de autopeças no Brasil e no mundo, fechou balanço de 2013 positivo
no geral, porém negativo no País, prejudicado em parte pela valorização do euro
frente ao real. Empresa nacionalizará seis componentes, inclusive o start-stop (desliga-liga motor). Uma
fábrica encomendou esse sistema já para 2014. Desconfia-se que seja opção no VW
up! ou Golf nacional.
SUAVIDADE e
respostas ao acelerador instigantes estão no novo motor turbo de 4 cilindros/2
litros de produção da própria Volvo. Estreia no S60, V60 e XC60 a preços entre
R$ 157.950 e R$ 162.950. Substitui a unidade da Ford com ganhos em peso,
potência (245 cv) e torque (35,7 kgf∙m). Associado ao câmbio de 8 marchas,
start-stop e roda-livre (coasting) ficou até 27% mais econômico.
SUZUKI fez
pequenas mudanças no Suzuki Jimny 4Sport 2015: os dois para-choques dianteiros são
novos e há apoios de pé embutidos nas laterais para facilitar acesso ao teto.
Mesmo com motor de 1,3 L/85 cv (gasolina), é um veículo valente no
fora-de-estrada graças ao peso relativamente baixo (1.060 kg) para um 4x4
robusto. Acabou de cumprir teste de 100.000 km em 100 dias.
SALÃO do
Automóvel de Paris (4 a 19 de outubro próximos) voltou a atrair novos
participantes (Aston Martin e Tesla), além das consagradas exposições temáticas
do Pavilhão 8, a deste ano “o automóvel e a moda”. Haverá mais pistas de testes
e a organização escalonou apresentações nos estandes para facilitar o trabalho
dos jornalistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário