Amantes do câmbio CVT já podem comemorar. Com visual mais arrojado e visando o público masculino, a terceira geração do Fit chega às lojas no dia 5 de maio trazendo de volta o pedido câmbio automático continuamente variável. Mas também continua com diversas qualidades que agradam bastante às mulheres, como a boa visibilidade, direção leve e espaço interno bastante versátil. Quer saber quais são os trunfos do monovolume? CARPLACE traz agora as primeiras impressões ao dirigir do novo Fit.
O QUE É?De modo à dar continuidade à carreira de sucesso do Fit, que na soma geral acumula mais de 5,2 milhões de unidades vendidas pelo mundo, a Honda lança a nova geração no Brasil mantendo o preço inicial da antigo, ou seja, a partir de R$ 49.900. Isso apesar de trazer melhorias importantes, como ser equipado somente com motor 1.5 Flex (o 1.4 deixou de ser oferecido), ter interior ainda mais espaçoso e apresentar consumo de combustível mais baixo.
Começando pelo visual, o novo Fit 2015 tem apelo mais jovem, com desenho de linhas angulosas e mais esportivas. Destaque para a linha de cintura elevada e vincada, o que deve ajudar a conquistar uma parcela maior do público masculino. A nova dianteira também chama a atenção, com a grade de filete cromado que se integra aos faróis, agora modernos e espichados na horizontal. Já o para-choque tem tomada de ar central maior e falsas entradas de ar nas extremidades, onde se acomodam os faróis de neblina. Gostou? Pois este é o novo padrão de estilo que será aplicado nos carros da Honda por aqui.
Na traseira, as lanternas verticais são ampliadas por refletores que “sobem” pela coluna C. Apesar de parecer estranho, ao vivo, esta solução parece dar maior volume ao Fit. O novo para-choque também ganha defletores de ar nas extremidades, não vazados, o que sugere esportividade. Na versão EXL, os retrovisores têm repetidores de seta integrados. Completam o visual as rodas de 15 polegadas na versão LX e de 16″ na EX e EXL.
Por dentro, a qualidade dos materiais utilizados segue o mesmo padrão da geração anterior. Apesar do uso intensivo de plástico rígido, os encaixes são precisos e não há pontos de rebarbas ou parafusos aparentes. O desenho do painel mudou completamente, enquanto o quadro de instrumentos das versões LX e EX, de fundo preto e iluminação âmbar, destoa por ser simples demais e comprometer a visualização. Na versão EXL a coisa é diferente, com a adoção de tons azuis e grafismos em branco, o que permite leitura mais rápida.
Surpreende o espaço oferecido para todos os ocupantes. Neste quesito, a Honda conseguiu se superar. Novas tecnologias de construção, uso de aços de alta tensão, tanque de combustível central e aumento do entre-eixos em 30 mm (agora são 2530 mm) garantiram ganho de 35 mm no espaço para os ocupantes dianteiros e mais 20 mm no espaço “entre os ombros” dos traseiros. Além disso, o banco do motorista pode ser ajustado até 10 mm mais baixo do que antes, enquanto os passageiros de trás dispõem de 80 mm extras de espaço até o banco dianteiro. Toda essa oferta de espaço é notada imediatamente ao entrarmos no carro.
Outro diferencial do Fit está mantido nesta geração: praticidade. O monovolume traz uma evolução da configuração de rebatimento dos bancos, agora chamado de Ultra-seat, feito através de alavancas (no lugar das roldanas), que permite reclinar totalmente o banco do motorista e do carona. Dá até para fazer uma espécie de cama na cabine, mas o recurso não é oferecido na versão de entrada.
COMO ANDA?Entro no Fit e parece que estou sentado no assoalho. Procuro a alavanca para ajustar a altura do banco e vejo até onde vai. Passo do ponto ideal e continuo subindo. Atenção mulheres, o ajuste do banco do Fit permite que vocês dirijam em posição bem elevada, ao mesmo tempo em que atenderá os homens mais altos. Quadro de instrumentos alaranjado, volante simples, nada de firulas. Penso estar na versão mais básica, que custa R$ 49.990, mas logo vejo o câmbio CVT e sou informado que trata-se da LX, que custa R$ 58.800.
Ajeito retrovisores e volante e inicio o test-drive, ainda à noite e sob chuva. A primeira impressão é muito positiva, com um nítido ganho no isolamento acústico e qualidade de condução. O novo câmbio CVT, agora com conversor de torque, fará os fãs do carro ficarem ainda mais apaixonados. Em trecho urbano, noto boa agilidade e mais disposição do Fit para encarar o trânsito, como reflexo das melhorias aplicadas no motor 1.5 i-VTEC FlexOne, que gera 115/116 cv a 6.000 rpm e 15,2/15,3 kgfm a 4.800 rpm.
No dia seguinte, foi a vez de encarar um trecho mais longo ao volante, agora também em rodovia. A bordo da mesma versão equipada com câmbio CVT, opção que a Honda espera representar praticamente 90% das vendas, entro na estrada e piso fundo no acelerador. O giro sobe para próximo dos 4.000 rpm, situação em que o ronco do motor invade a cabine mais do que o esperado. No entanto, ao estabilizar a velocidade em 120 km/h, o giro cai para pouco mais de 2.000 giros e o silêncio a bordo volta a imperar. Belo trabalho no ajuste da nova suspensão deixou o carro mais confortável, além de oferecer a boa estabilidade de sempre. Em poucos trechos de pavimento ruim, o carro filtrou bem as imperfeições e transmitiu segurança.
O motor 1.5 recebeu taxa de compressão mais alta, comando de válvulas redesenhado, menor nível de atrito e redução de peso, para resultar em melhor resposta em baixas rotações. A Honda também diz que o consumo de combustível foi reduzido em 17% com o CVT (em relação ao automático anterior) e 8% com o manual. Não foi possível verificar o consumo no trecho rodado, pois a versão avaliado não tem computador de bordo. No entanto, a Honda divulga que o Fit CVT faz 8,3 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada, com etanol, e 12,3 km/l e 14,1 km/l, respectivamente, com gasolina. Com câmbio manual, os números são 8,3/9,5 km/l cidade/estrada com etanol e 11,6/13,6 cidade/estrada com gasolina.
Num curto trecho, experimentei também o Fit equipado com câmbio manual. Disponível somente nas versões DX e LX, esta transmissão teve a primeira marcha encurtada em 5%, para oferecer mais agilidade, e a quinta alongada também em 5%. Na prática, o Fit manual se revela bastante ágil e tem engates curtos, que casam bem com o peso ideal da embreagem. Para quem gostar de “cambiar”, segue sendo uma boa opção.
QUANTO CUSTA?A Honda cobra R$ 49.900 pela versão DX manual, mas também é possível equipá-la com o CVT ao preço final de R$ 54.500. Freios ABS com EBD, duplo airbag, direção elétrica, ar-condicionado, painel de instrumentos na cor âmbar, cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes, coluna de direção ajustável em altura, vidros e travas elétricas, chave com controle de travamento das portas são os itens desta versão.
No Fit LX, que manual custa R$ 54.200 e no CVT sai por R$ 58.800, a lista de itens adiciona retrovisores elétricos, sistema de som 2DIN com rádio AM/FM/UBS/Bluetooth e quatro alto-falantes, banco do motorista com regulagem de altura, iluminação do porta-malas, bancos traseiros reclináveis, bipartidos (60/40) – com sistema ULTRa SEAT, vidro do motorista com função “um toque” (subida e descida) e anti-esmagamento e alarme.
As duas versões superiores são vendidas somente com câmbio CVT. Assim, a EX CVT tem preço de R$ 62.900 e agrega câmera de ré, faróis de neblina, grade frontal em preto brilhante, sistema de som com CD/AM-FM/USB/P2/bluetooth com tela LCD de 5 polegadas e comando de telefonia no volante, coluna de direção ajustável em altura e profundidade, e chave tipo canivete.
Já a top de linha EXL CVT custa R$ 65.900 e traz algumas exclusividades: o painel tem detalhes que imitam alumínio e revestimento black piano na região do sistema de som. O quadro de instrumentos é o mais sofisticado e dispõe do computador de bordo. Esta versão também traz piloto automático, bancos e volante com acabamento de couro, maçanetas das portas com acabamento prata, e airbags laterais para motorista e passageiro. A lamentar, ainda a falta do controle de estabilidade ESP mesmo nas versões mais caras.
Comparando com a versão anterior, o novo Fit traz melhorias significativas, mas também perde alguns itens. Por conta do câmbio CVT, que oferece os modos D, S (Sport) e L (reduzida), as borboletas no volante foram abolidas. Também não faz mais parte dos itens de série o ar-condicionado automático e digital. A nova geração também priva as as versões mais baratas de itens básicos, como computador de bordo, regulagem de profundidade do volante, vidros com função um toque e um quadro de instrumentos decente. Ah, e os freios a disco traseiros deram lugar aos velhos tambores, em todas as versões.
O pacote de “cortes” foi a saída encontrada pela Honda para manter os preços nos mesmos patamares de antes. A marca aposta num aumento considerável do volume de vendas, estimando chegar a 50.000 unidades no primeiro ano da nova geração – desbancando o Civic como best-seller da marca. Visual, boa dirigibilidade, conjunto mecânico acertado e o esperado CVT são as armas do monovolume japonês. Mas há espinhos dentro da cabine. Vamos ver se isso fará diferença, principalmente para os donos da geração anterior.
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