Quando a Fiat lançou o 500 no Brasil, ainda importado da Polônia, ele era um carro de nicho e com previsão de vendas um tanto modesta. Mas o tempo passou, o pequeno italiano começou a ser importado do México, e com os preços mais em conta começou a ganhar mercado rapidamente. Vieram mais opções até a chegada da versão Cabrio, que desde o ano passado traz sob o capô o motor 1.4 MultiAir Flex.
Com mais de 7.200 unidades vendidas no ano passado, o 500 não precisa provar muita coisa. Bom de mercado, o pequeno Fiat alia qualidades dinâmicas ao visual retrô que tem feito a cabeça de muita gente. Agora, com a versão Cabrio e motor flex (o primeiro bicombustível da Fiat com o cabeçote Multiair), o conversível mais barato do mercado fica ainda mais atraente.
Conhecido desde o lançamento em 2009, o Fiat 500 chama a atenção pelo visual retrô cheio de personalidade, embora não agrade a todos. Ainda assim, a Fiat se esforça oferecendo diversas versões, desde as de visual mais nervoso (Abarth), que chegará em breve, até esta Cabrio, que é praticamente uma unanimidade entre o público feminino.
Completo, o carrinho vem de série com câmbio automático de seis velocidades, controle de estabilidade, bancos de couro, sensor de ré, faróis de neblina, computador de bordo, ar-condicionado automático, volante multifuncional, cruise control e sistema de som com USB/bluetooth, entre outros itens. Airbags laterais e de cortina são opcionais.
Internamente o 500 também agrada, seja pela facilidade de acesso aos comandos, pelo painel agradável aos olhos e pela posição de dirigir (um pouco alta, mas ainda boa). Além disso, o acabamento é honesto, com destaque para os bons materiais aplicados no painel e bancos completamente revestidos de couro (opcional). As portas, por sua vez, têm aspecto mais simples. Todas as informações necessárias (hodômetro, marcadores de combustível e temperatura e computador de bordo) ficam no centro do velocímetro, que possui iluminação na cor laranja e garante fácil leitura, à noite ou durante o dia.
Quem vai na frente fica bem acomodado sem problema de espaço, mas no banco de trás a coisa aperta. Com algum malabarismo podem ir dois adultos ali, mas a grande maioria do público que compra esse carro vai andar sozinho ou no máximo a dois. Detalhe desta versão é que, devido ao compartimento para recolher a capota, o porta-malas fica ainda mais reduzido, podendo abrigar parcos 153 litros.
Céu aberto
Principal diferencial do modelo, a capota de tecido tem acionamento elétrico por um botão próximo ao da iluminação interna. O processo não é demorado, mas, esteticamente, o Cabrio fica bonito somente com a capota completamente aberta ou toda fechada. Quando está parcialmente aberta, as dobras do teto não causam uma impressão visual muito boa. Outro detalhe é que, nessa configuração, o isolamento contra ruídos externos fica um pouco prejudicado, mas sem comprometer.
MultiAir
Que o 500 tem fama de carrinho bom e divertido de dirigir não é novidade, mas o motor 1.4 MultiAir de 105/107 cv e torque máximo de 13,8 kgfm a 3.850 rpm dá um pouco mais fôlego ao pequeno urbano. Na medição de 0 a 100 km/h, por exemplo, o pequeno conversível melhorou de 15,3 s na versão somente a gasolina para 14,6 s no flex, quando abastecido com etanol.
Claro que não há a mínima pretensão esportiva, mas, auxiliado pelo peso de 1.176 kg, o conjunto deixou o carro um pouco mais disposto na cidade e na estrada, com fôlego suficiente para a proposta de passeio descompromissado do 500 Cabio. Tudo isso com consumo moderado: com gasolina fez médias de 9,8 km/l e 14,9 km/l na cidade/estrada, respectivamente.
O câmbio automático de seis marchas passou por algumas atualizações. As pequenas falhas, como demora nas reduções foram corrigidas. Mais sossegado na cidade com trocas em baixa rotação, ou numa tocada mais agressiva com giro alto, ele é rápido e preciso nas trocas. Há quem critique o nível de aspereza e vibrações deste motor em alta, mas devido ao bom isolamento do cofre do motor e o bom torque disponível em baixa graças ao comando variável MulitAir, na maior parte do tempo isso não é percebido, mesmo em velocidade de cruzeiro de 120 km/h na estrada.
Apesar da mesma capacidade cúbica do 1.4 Fire, o MultiAir (a gasolina) é amplamente usado nos modelos italianos da Fiat e tem diversas soluções modernas não disponíveis no propulsor nacional. Trata-se de um sistema eletro-hidráulico de acionamento das válvulas que permite um controle dinâmico e direto do ar admitido pelo motor, controlando também indiretamente a combustão, cilindro a cilindro e ciclo a ciclo com gerenciamento eletrônico. Com isso, o consumo e as emissões são reduzidas e há um ganho razoável em performance.
Conclusão
O motor flex acrescenta uma preferência “quase” nacional em um modelo que já possui muitas qualidades. Bom de dirigir, com boa mecânica e pacote interessante de equipamentos de série, o Fiat 500 Cabrio Flex deve garantir fôlego por um bom tempo ao modelo. O preço inicial de R$ 64.230 é inferior ao do Smart ForTwo, que tem a desvantagem de custar mais (a partir de R$ 72,5 mil), ter um motor 1.0 12V turbo de 84 cv e, naturalmente, espaço para apenas dois ocupantes.
Preço do modelo testado: R$ 68.529 = R$ 64.230 preço base + Kit Cabrio 1 (ar-condicionado digital + sistema de som Alpine + bancos em couro + retrovisor fotocrômico) R$ 4.299.
Por Julio Cesar
Fotos Rafael Munhoz
Fotos Rafael Munhoz
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